Senti-me, sentido com o facto de me abalroares num curto espaço de tempo em que as sentinelas estavam activas, fortes, frescas e a linha que te puxava pelo chão de papel de repente ardeu. Contemplei o teu formato, coberto por presenças negativas à tua volta que apesar de tudo não fez vacilar aquele incomodo ruído nos cantos da tela.
Olhei
Olhaste
Sorri
Sorriste
Estavas, entretida como um camaroeiro a deslizar pela esteira de uma aiola em pleno mar de Verão, amarraste-me de tal maneira que me partiste a espinha, sufocaste-me com as tuas linhas mecânicas, efusivas, distintas, agudas, sóbrias...separaste e queimaste tudo o que de mal tinha, todas as minha dores agora saradas.
Toquei
Tocaste
Apalpei
Apalpaste
Senti-me, na obrigação de te proteger da geada que te rodeou, lançando faíscas, levando-te pelo caminho certo e disponível no momento em que me perdi naquele buraco que desconheces. Não sarei tudo e todo e mais algum mas consegui apertar fielmente esse teu passeio profundo, azul, vermelho, amarelo e por fim, branco.
Penetrei
Penetraste
Suguei
Sugaste
Estavas, segura e pura, molhada e quente, por fim fria, a sacudir-te como um lençol de seda indiano pendurado no estendal dessa tua vizinha espinha, enrugada e coberta de ferrugem. Assim foi a passagem pelo quadro de prata, a esmeralda quebrou, o brilho perdeu-se e o pincel cantou.