quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Conversa de...Bats ( Este Natal )



- Morzinho, já ligaste há família a desejar boas festas?
- Tás parva ou quê? Tou farto de gastar guita para a rede telefónica, só à tua pála são 25€ todos meses..
- Mas morzinho..
- Morzinho o catano, a tua família é numerosa, os meus amigos/conhecidos são às centenas, eu não sou rico..mas olha, sou esperto, vou fazer uma cena muita melhor.
- Ai sim, o quê? Conta, conta.
- Então topa lá isto, sabes que existe aquela coisa nova na net, que é muito falada hoje em dia, o " Facebook " , tás a acompanhar?
- Sim, continua.
- Então, a solução é a seguinte, criamos um perfil de nós com uma foto toda do cenário, tás a ver, depois adicionamos a malta e metemos lá no Mural...
- Mural?
- Epá é uma espécie de parede onde a malta escreve os recados, tipo o Lani quando come nas costas das presas, deixa lá a marca a dizer que foi ele que lá chupou, percebes?
- Há, isso muito bom.
- Pois é, e melhor ainda, custo ZERO.
- Então escrevemos lá no tal Mural uma frase a desejar Boas Festas, apanhaste tudo?
- Isso é mesmo bom, a custo zero podemos escrever mensagens em vez de telefonar ou enviar sms´s.
- Exactamente, assim escusamos de ligar para aquela malta toda e não levamos com aquelas conversas do tipo " há um ano e tal que não te vejo, já não falamos há imenso tempo, tá tudo bem e tal "...é uma das vantagens das redes sociais, nem precisas de sair de casa, nem de ver ninguém, nem de gastar dinheiro.
- Há...está bem...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Derrotado

Senti que o meu coração foi violado, como um embrulho, desembrulhado
As tuas palavras frias, o teu olhar doce, uma química que veio para ficar, por tempo indeterminado
O teu riso transformado em gargalhadas, contagiante, diria até, humilde
Entrego-me a ti, sem forças, porque desejo-te, porque te quero, inesperado


Não olho para trás mas às vezes recordo, momentos passados por outros tempos
Nada pude fazer para alterar o percurso, ele estava traçado nas minhas veias, uma conduta fértil
Até ao momento em que as palavras passaram a acções, quentes e saudáveis, pausas distintas
As despedidas secas, abraçadas por  por um beijo, ou dois, percorrendo os teus lábios


O medo afastou-se, bateu tão forte que o repeliu, deixando-se levar, como o tempo perdido
As tuas lágrimas salgadas, encheram-me de força, libertando-me de receios, deixando-me assim levar
Percorrendo o teu pescoço, a tua face branca, suave e estimulante, algo me atrai e me mantém preso nela
As conversas, as experiências, os carinhos, o amor nela envolvido, ainda que por vezes escondido, liberta-se


Um aglomerado de sensações que solidificam com o tempo útil de duas vidas criando algo belo e, por isso, me deixo derrotar esquecendo o que passei abraçando um novo rumo: o rumo do amor.