Pessoas, passam por ele em tom de desprezo
Não sabem quem é, ou o que fez da vida
Qual seria a sua história, não se sabe
E o artista pobre prolonga a sua música
Sentado de pernas cruzadas, sente o frio da calçada
A sua aparência não esconde, as dificuldades
Na cor da sua pele, dolorosas mazelas
O seu corpo raquítico, semeia a fome
E o artista pobre prolonga a sua música
Poucos são aqueles que param, para ouvir a sua voz
Uma viola com duas cordas, gasta da luta
Luvas no chão, servindo de caixa de esmolas
E o artista pobre prolonga a sua música
Pedindo algum, sempre pedindo
Não para comer, nem para beber
O seu desejo interior, queria falar mais alto
A humilde revolta dentro de si, era agora sentida
E o artista pobre pára a sua música, soltando uma voz forte e pojante justificando, que o dinheiro seria para comprar novas cordas para a sua fiel, viola...
O seu desejo era tocar para sempre e seria essa a sua paixão, o destino encarregava-se do resto.
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