quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Loucura



Silêncio, ponto morto...


Debaixo de água fecho os olhos e visito-me no passado, triste e só com problemas de estado psíquico, vejo coisas que ninguém vê. Levo uma chapada e calo-me bem sentado à mesa.
O jardim parece recheado de paus em pé com diversões diversas. O tipo de óculos que sou eu, investe nas caricas por onde já passaram mãos imensas de tudo e de nada, padrões abstractos.
No singular ou no plural; Achas que o translúcido do meu ser reflecte o que aparento?; a resposta é uma simbólica sinfonia do que poderia ser se não fosses tu.
Excitado com o chá, dou um arroto. Escusado lembrar que levei outra lambada por falta de respeito à minha disposição dançarina, própria do meu interior.
A voz falou depois em tom de me tranquilizar a vontade de rebeldia. Na parte que me toca, não tenho outras maneiras senão apontar o fenómeno erecto na posição de pianista.
Queimo um jornal de forma a obter um pouco de calor, partilhas o espaço mas atiras-me uma asneira aos ouvidos, rosas brancas não se aplicam ao local nem circunstâncias, o lodo que te abunda o chão é mais que muito.


Venho à superfície e respiro...


Só vejo aquilo a que chamam, Escumalha. Aos dois e três de uma vez, aproveitam-se do porquinho fraco como podem à velocidade da luz. A dor já não me compromete pois aprendi a cuidar de mim entre as frias paredes, confesso que não distingue o bem do mal, é o mais puritano de todos aqueles que abundam pelos corredores e quartos que me envolvem.
Mas quem se ri sou eu, o famoso -Bus Driver- com sotaque americano como só eles me sabem chamar, os verdadeiros puritanos cá do sítio com as suas vestes brancas e cacete na mão.
Uns quaisquer dentes de leite com gengivas opacas em busca do bem estar na área bocal do espaço pretendido, de modo refrescante, pois claro.
Mais umas substâncias medicamentosas me são entregues com um copito de água a acompanhar, que nem um copo de extracção de esperma à disposição da menina de bata com penteado à Cleópatra, velha e sem sal.
Eu sou um daqueles que está muito abaixo da média do cidadão comum, faltam-me os gulosos conguitos da sabedoria já devorados à nascença. Eu chamo-lhe, modo " rotativo " da coisa, qual nem em lembro do nome de tão pouca questão que faço, ou esforço mental inexistente. 
O sucesso é meu e o percurso só piora, a idade avança nesta pequena peça de relógio que é o Mundo, espaço claustrofóbico com raízes fixas na mente Universal.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Na corda




Um cavalo sem cabeça, polvilhando o seu caminho
Árvores secas e mirradas, cobrindo o seu redor
Ponto de destino incerto, fortes as suas pernas
Ninguém o cavalga, um tic-tac perfeito

Um grande povo, homens e mulheres
Passam aquilo a que chamo, fome
Letras estampadas nos jornais, supondo
Televisão em tom cínico, adulterando

O azul que amo tornou-se, cinzento
Verde era a minha esperança, metalizada

Água
Terra
Fogo
Ar

Com cores polidas em nome do, consumismo
Em tempos veneradas mas agora , desrespeitadas

A liberdade dos seres maravilhosos, cortada, um toque e foge de boas intenções que caem por terra. Apenas aquele pequeno grupo não remunerado, vê a sua vida recompensada por todo o esforço e paixão quando se une às outras espécies, ajudando-as a elas e a si próprias.