sexta-feira, 18 de março de 2022

Carregado

 Já não posso dos braços

Carregado de fúria

Constato uma gota na face

Tinta mascarada de sangue

Revelo o seu lado obscuro

Falsidade no seu timbre


Os olhos cor de azeite

A tremer por dentro

A sufucar

A estalar

A morrer

Chora, chora cabrão malvado


Um dia serás do povo

Escarrado de lodo

Na imundice que criaste

Na guerra que te envolveste

Pouco a pouco

Sabor a nada