terça-feira, 3 de junho de 2014

Animal

Pensando em ti deparo-me a escorregar no asfalto passando para lá da berma em pensamento fugidio, e as cenouras crescem no horizonte. Falam alto, muito alto, entram que nem baratas tontas, para ambos os lados, aos tropeções ou encontrões, as baratas. 
Sentam-se a mostrar as suas extensões que trazem nas antenas, cor de batata frita e caju, as extensões, deve ser coisa de família. Habituem-se se quiserem, passa mais, mas a espuma não varre o desprezo dos terceiros, a intolerância, mas eu vejo-te a comer a banana, tranquila.

A calma paira no Tejo, é domingo
O céu está nublado, ameno
A embarcação desliza pela corrente, arrastando-se
A maré enchendo, despovoada
E tu pairas sobre nós, alma
Observas atenta a tudo, imortal
Por vezes sentimos-te, aragem
Gostava de pairar sobre ti, sorridente
Lançar um piropo em jeito de, trovoada
E elas voam baixo, gaivotas
Sobrevoando a minha Margem, Sul

O entulho também respira e quanto mais perto mais se faz ouvir o ácaro, esse, espirra mas ninguém o vê, camuflado coitado, insignificante para alguns, é a vida e essa não quebra o que desejamos, apenas dá um empurrão voluntário a quem merece, mas àqueles inoportunos, um ramo de flores.