quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Lanterna Projectora

Gostava de ter uma lanterna projectora, 
Rever momentos numa parede,
Citar palavras que me tocaram,
Reaver sentimentos que me moveram,
Recuperar o quente vermelho florescente,
Imagens de coisas e pessoas que ficaram para trás,
Albergar o tempo através de um piscar de olhos.

Mas nunca esquecer o porquê do que foram, salgadas, frias, incompletas...interrompidas.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Decílio

Sentado na cadeira da máquina estava, Decílio, este deu à chave e o motor soluçou uma e outra vez até que levou um pontapé, foi esse o empurrão que lhe faltava. A escavadora cumpria agora as suas funções e, Decílio, abre uma vala comum no cemitério das Júlias, alguém iria hoje preencher aquele novo quarto de seis metros de profundidade, sim profundo.
Mais um dia de trabalho passou mas, Decílio, esteve atento e chegara a hora do biscate, sabia que aquela vala comum tinha um cadáver com objectos pessoais de valor, como tal, a pá do bicho de metal começou a escavar ao comando do dono até que parou no seu ponto desejado. Decílio chegou-se à frente e meteu-se debaixo dos dentes de um braço erguido abrigando-se da chuva.
Havia algo de estranho naquela noite e um sopro tocou na alavanca deixando cair a pá em cima do crânio, esmagando-o...