domingo, 3 de fevereiro de 2013

Usado

Prisioneiro do meu instinto sinto-me agarrado aos teus olhos criados pelo mar, agora preso pelo anzol que são os teus lábios delicados sinto a ternura da despedida, seguras-me pelos tentáculos com carícias envolventes. Exposto pela luz do dia chicoteias-me as costas com as tuas belas algas secas que me perfuram os pulmões, vomito coragem vermelha e ousadia no meio de uma sentença, sim, sou culpado.
Arrastas-me pela areia para o juízo final, espremes o meu corpo sugando-me os fluídos...doce veneno que me deixa ao sol, carcaça abandonada sem cor, cheiro fodido que percorre pelas entranhas rochosas.