terça-feira, 16 de agosto de 2011

Boca...

Do teu fogão, sai uma sopa de letras deveras tentadora com palavras suaves de brisa rebuscada que aos olhos, parecem creme de figos maduros de uma qualquer refeição ao ar livre, como se de um piquenique se tratasse.



A vida te mata aos poucos
Poucos são os dentes de alho
Alho esse que limpa o teu sangue sujo
Sujo por meios pouco aliciantes




Os teus lábios escuros pintados de preto, tapam as ranhuras com o frio de certas sombras de peças perdidas, procurando o encaixe perfeito.



Tristes são as tuas frases diminutas
Deficientes ao amor e paixão
Alcançadas com ódio e poesia barata
Que agradam a sacanas que te fazem sentir útil




Queres ser o que tudo desejas, mas o destino deseja-te outro infinito que não aquele que partilha contigo os podres da sociedade, essa merda nunca mais acaba e está metida no cubículo do universo, o teu.


A máquina interioriza-se dentro de ti suplicando pela urgência de desejo, a aspiração da conclusão do sofrimento imposto por aqueles que não te querem, mas que te rodeiam. 


Para os quais não estás preparada
Um brotar de conquistas e complexos 
Trapalhadas originais e confiantes
Aquela tua vontade quer ignorar 


Dentuças afiadas prestes a morder
Antílopes recém nascidos comidos por ti


Visem contrariar-te a trajectória
Idem cercar-te os demónios
Dignificar o que resta de ti
Ardendo devagar ao último toque


A vergonha é algo que insiste em alcançar-te, da tua foz sai uma promessa vocal aspirada de objectivos e apetites, por fim libertas-te que nem uma loba parindo com uivos de dor. É o teu fim.

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